Sexta-feira, 24 de Abril de 2009

PORTUGAL - 35 Anos da Revolução de Abril

 

25 de ABRIL
 
 
Comemoramos, hoje, os 35 anos da Revolução de Abril, organizado por um grupo de abnegados Capitães que ousaram enfrentar a ditadura fascista e colonialista de Salazar e Caetano. Estes heróis entregaram o poder aos seus mais altos graduados, que constituíram a Junta de Salvação Nacional, mas que não souberam o que fazer com o poder que lhes foi entregue e, rapidamente, entraram em conflito, após terem nomeado o general António Spínola como Presidente da República.
 
 
Antes de continuar com o texto, será bom ler o que diz Carlyle na sua obra "História da Revolução Francesa", que as revoluções são sonhadas por idealistas, realizadas por fanáticos e quem delas se aproveita são os oportunistas de todas as espécies. 
O Partido Comunista Português era, na altura, o único com uma organização sustentada e bem ramificada e, cedo, começou a aproveitar-se das fragilidades da J.S.N., para estender os seus tentáculos, a fim de dominar o poder, o que veio a conseguir com a nomeação de Vasco Gonçalves para 1º. Ministro, com as consequências nefastas que todos conhecemos.
Todos os partidos que, entretanto, se organizaram tinham nos seus programas que a meta era o socialismo, excepto o CDS que se dizia posicionado, rigorosamente ao Centro. Até o PPD contemplava, no seu programa, essa meta.
A doutrina marxista começou a entrar no poder.
Vale a pena citar um parágrafo da Wikipédia sobre o Partido Socialista de então:
“É de Julho/Agosto de 1974 a célebre palavra de ordem "Partido Socialista, Partido Marxista". De facto, nada disto era novo. Na sua Declaração de Princípios e Programa do Partido Socialista, divulgados em 1973, o PS declarava como objectivos a "edificação em Portugal de uma sociedade sem classes", considerando-se herdeiro de toda uma tradição de luta das classes trabalhadoras pelo socialismo", pedindo uma democracia directa de co-gestão fundada em conselhos operários, gabando a excelência "das revoluções chinesa, jugoslava, cubana e vietnamita". O PS colaborou com os comunistas e com extrema-esquerda até Março de 1975, procurando maximizar o seu papel na revolução até se aperceber, em Abril de 1975, mês das eleições para a Constituinte, que seria a próxima vítima de uma dinâmica que ajudara a engrossar.”
Recordo-me de ver as bandeiras do MDP, PCP e PS, cruzadas à frente da manifestação na noite de 11 de Março de 1975 e na frente da mesma, bem juntos, José Manuel Tengarrinha, Álvaro Cunhal e Mário Soares.
E eu, recém-evacuado da Guerra Colonial de Moçambique, na minha "inocência política" dos 22 anos idade, quase a fazer 23, embarquei nas teorias marxistas e passei todo esse processo, até ao final de Setembro de 1975, como militar, em Lisboa.
Para mim, as colónias já estavam esquecidas, convencido de que o processo seria, de todo, pacífico. Afinal, com a Revolução de Abril, caíram todas nas mãos de déspotas mais cruéis do que a ditadura que nos governou. Felizmente, para esses povos, que esses algozes já faleceram e de uma forma trágica.
Os meus votos são que os seus actuais governantes aproveitassem esta data, para fazerem uma verdadeira reconciliação nacional, como fez Nélson Mandela, na África do Sul.
Vou esperar para ver.
 
 
No fim deste “post” quero deixar a minha homenagem sentida ao grande herói Capitão SALGUEIRO MAIA que, após consumada a queda da ditadura, voltou para o seu quartel, em Santarém, recusando todas as mordomias que lhe foram oferecidas.
Obrigado, Salgueiro Maia, pela liberdade, pela democracia e pelo desapego do poder que demonstrou.
Salgueiro Maia impediu uma devastação desnecessária e deu aos Portugueses um novo amanhecer. Personifica o herói dos tempos modernos. “A tranquilidade, coragem e serenidade que soube transmitir fazem com que simbolize todo aquele movimento”, refere a escritora Inês Pedrosa.
Todas as homenagens são poucas para este verdadeiro HERÓI da Revolução dos Cravos.
Porém, tudo se pode resumir a uma breve legenda: Salgueiro Maia, soldado português que à frente de 240 homens e com dez carros de combate da EPC avançou em 25 de Abril de 1974 sobre Lisboa, ocupou o Terreiro do Paço levando os ministros de um regime ditatorial de quase 50 anos a fugir como coelhos assustados, cercou o Quartel do Carmo obrigando Marcelo Caetano a render-se e a demitir-se. Atingiu o posto de tenente-coronel, recusou cargos de poder. É o mais puro símbolo da coragem e da generosidade dos capitães de Abril.
Em 4 de Abril de 1992 Salgueiro Maia morreu vítima de uma doença cancerígena. No cemitério de Castelo de Vide, quatro presidentes da República - António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes e Mário Soares - vêem descer à terra o corpo de um dos homens que mais contribuiu para que todos eles pudessem ascender à mais alta magistratura da nação.
 
 
 
Viva a Liberdade.
Viva a democracia.
 
publicado por gruposespeciais às 23:37
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