Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009

APELO À MULHER MOÇAMBICANA


 


Mulher Moçambicana,

Antes de mais, temos que nos interrogar sobre quem somos, o que somos e o que poderíamos ser!

Mulheres, amáveis, confiáveis, lindas, inteligentes, porém controladas como robôs, subestimadas, humilhadas e violadas pelos homens que nos juram fidelidade, amor eterno, e respeito…será isto amor?

A fidelidade onde é que se faz notar com a mesma infinita oficial e assumida poligamia?

Nesta mesma poligamia, onde é que será imposto o suposto respeito às mulheres?

Temos notado, não só nas zonas rurais, a implementação e desenvolvimento desta suposta cultura, cultura esta que podemos resumir em “traição assumida”em que depois de casados, o homem pode procurar uma outra mulher que se transformara em 2ª esposa, dividindo o mesmo tecto e marido com a anterior e a mesma que tem de estar pronta para receber mais quantas mulheres o marido quiser, com o objectivo de segurar o seu homem preservando o seu lar. Mas porque será que isto acontece?

Por amor? Ou respeito à cultura?


Há mulheres que se sujeitam, a isto alegando amor, mas como podemos acreditar que seja mesmo amor se, para amarmos o próximo, temos antes de amar-nos a nós próprios?

 Se fosse amor, nada isto aconteceria, milhões de mulheres não padeceriam de doenças de transmissão sexual, cuja culpa é de cada uma, porque nos s sujeitamos ao que nos é imposto pelos nossos maridos, noivos, namorados, que aceitamos que eles tenham uma “casa 2” (2ª casa, a forma como é chamada em Moçambique) e nós limitamo-nos a olhar e a perdoar mesmo que tenhamos o coração a sangrar por dentro…

 Quem ama respeita, e cuida acima de tudo. Um homem, traindo uma mulher, demonstra desrespeito e desvalorização da própria mulher, não existe cuidado, pois sem fidelidade de que cuidado estaríamos a falar?

Como aceitamos ser dependentes, se a escravidão acabou há muito tempo, mas falta a parte mais importante, a nossa emancipação.

 Não nos podemos sujeitar a tanta coisa torpe... Nós somos mais do que isso. E reparem que até o Ministro da Agricultura afirma de boca cheia “as mulheres são os tractores deste país”, será isto uma verdade?

A cada 30 segundos uma mulher moçambicana é agredida. Somos mal tratadas, subordinadas e expostas a situações inaceitáveis, e ao invés de procurarmos soluções, choramos, e perdoamo-los com o 1º ramo de flores que nos trás em seguida, por isso é que esta realidade nunca mudou até hoje, infelizmente.

 

Tanzânia – Nachingueia – Janeiro 1975 – Apresentação dos ditos “reaccionários” depois de uma noite de tortura. Da esquerda para a direita: pintor João Craveirinha; estudante José Francisco, 1º Comdt. de mísseis Pedro Simango; Dr João Unhai (médico); Prof. Dr. Faustino Kambeu (Direito Internacional); professora Celina Muchanga Simango (esposa do Rev. Uria Simango).  (Foto arquivo de J.Craveirinha).

Mas está na hora de nos darem o devido valor, e não de olharem para nós como subordinadas e inferiores aos nossos companheiros (homens em geral), o género não exprime superioridade. 

Esta na hora de termos mais mulheres com Celina Simango, Luísa Diogo, Alice Mabote, Lurdes Mutola ou Joana Simeão.

Está na hora de acabar com estes preconceitos. Está na hora de nos emanciparmos, de lutarmos pela igualdade de direitos, de sermos mulheres batalhadoras e de não sermos mulheres submissas.

Queremos a igualdade!  

Esta é a altura de dizer BASTA!

Nós somos importantes nesta sociedade, não como tractores ou máquinas agrícolas, mas sim como a chuva que rega e faz florir cada ramo que aqui se encontra, pois nos é que damos à luz cada vida que cá se encontra”.

 

Lisboa, 17 de Agosto de 2009

Gisela Sive

Estudante Moçambicana em Lisboa.
publicado por gruposespeciais às 01:05
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Terça-feira, 9 de Junho de 2009

A DEMOCRACIA EM MOÇAMBIQUE CAMINHA PARA O FIM?


Estação dos Caminhos de Ferro - Maputo 


 


Peço desculpa por ainda não ter abordado a minha vida nos Grupos Especiais (GE), mas ainda não vai ser desta vez, porque há assuntos que considero mais urgentes e que são relativos à actual situação política em Moçambique.

Em Moçambique vive-se, neste momento, num regime falsamente chamado democrático, uma vez que a chamada Oposição não constitui uma alternativa de poder. O maior partido da Oposição, a Renamo, está num processo de “autofagia”, o que, a quatro meses de um processo eleitoral, não pressagia nada de bom.


 A Casa de Ferro - Maputo

Por outro lado, a Frelimo instituiu um clima de medo no País, que dificulta as movimentações do novo partido, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que está a ter uma forte adesão da juventude e das classes mais instruídas, cenário que está a provocar, dentro da Frelimo, uma forte agitação.

Tenho recebido largas centenas de mensagens que abordam os mais variados temas, tem a ver com a forma como deve ser passada a mensagem da MUDANÇA, mas há um tema que é, quase comum: “ Como será a vida, em Moçambique, pós-Frelimo?”.

E o que é curioso é que esta questão, também é colocada por “frelimistas”. Daqui concluir que Moçambique, ainda, vive uma situação fascismo mascarado. A Frelimo domina todas as actividades, sejam elas económicas, culturais, políticas, etc., com um sentido paternalista muito forte, não deixando desabrochar qualquer movimento pró-democracia. O objectivo da Frelimo passa por conseguir uma maioria qualificada de dois terços, a fim de poder modificar o regime. A Frelimo nunca conseguiu interiorizar a sua derrota concretizada nos Acordos de Roma, em 1992 e tudo tem feito para voltar à situação anterior aos referidos Acordos.

 

Imagem da Fortaleza - Maputo

Há outra questão que é comum a uma grande maioria das mensagens e que é o desconhecimento da história de Moçambique nos últimos 35 anos. Tenho procurado passar a informação de que o passado da Frelimo é tenebroso e que esse passado começou com o assassinato, pela própria Frelimo, do seu presidente Eduardo Mondlane. Ainda não encontrei uma pessoa que fosse que tivesse conhecimento desses factos. As reacções convergem para duas conclusões retiradas pelos próprios:

1 – A incredulidade perante os factos, um sentimento de revolta e o temor que outras coisas do mesmo género possam acontecer, num futuro próximo, se a Frelimo venha a conseguir um poder ainda mais absoluto;

2 – A desilusão das pessoas que pensavam que achavam a Frelimo um partido impoluto e não um grupo de assassinos e afirmam “A História que nos ensinaram, afinal, não passa tudo de uma mentira” ou “O Paraíso que nos descreveram, foi, afinal um Campo de Morte”.


 Estação dos Caminhos de Ferro - cidade da Beira

Através deste Blog, peço a todos os Democratas que apoiem os Democratas Moçambicanos que se estão a rever no MDM para um futuro melhor, mais próspero, mais livre e mais justo para Moçambique.

Usem e abusem do meu Mail, que eu farei chegar as mensagens aos destinatários.

Obrigado a todos

Álvaro Teixeira

 

Já depois deste de ter colocado este "Post" no meu Blog, recebi esta mensagem de Moçambique, da parte do Engº. Daviz Simango:


"Nacala 9/6/2008



Houve tentativa de atentado, mas graças a Deus, ele protegeu-nos.

A democracia em Moçambique está cada vez mais a deteriorar-se só você pode salvar Moçambique.

Porque juntos podemos! "



Isto é extremamente preocupante e confirma tudo o que escrevi no "Post".

 

Anexo a mensagem enviada para:

- Presidente da República Portuguesa

- Primeiro Ministro de Portugal

- Secretário-Geral da ONU

- Presidente dos EUA, Barack Obama

"
I am Portuguese, but y love Mozambique. The notices that y received of Mozambique are very preoccupied. The democracy it's on danger. Yesterday, on Nampula, Mozambique, is one attempt of one someone's life of Daviz Simango, president of the democrat party MDM. This party is founded of a son of a hero of the Liberation War, in Mozambique, Urias Simango, vice-president of Frelimo, and killed by Frelimo.

Y has a blog about Mozambique: http://guposespeciais.blogs.sapo.pt

The messages that y received of the people of Mozambique are very preoccupying. This case is a preoccupation of the Democratic World.

Democratic salutations.

 


"



 
publicado por gruposespeciais às 16:58
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